"E é assim que vai ser daqui pra frente minha filha..."

Ontem fui pra Itabira, cidade da minha mãe pra reunião do Rotary que acontece toda quarta feira.
As reuniões são cheias de formalidades e eu já tinha ido umas duas vezes ano passado, mas esse ano tenho que ir mais porque meu intercâmbio está chegando.
Ontem em especial foi a apresentação do Emanuel, o belga que está lá em casa, sobre seu país. Cheguei em cima da hora com meus pais, mal coloquei o pé para dentro e todos vieram me cumprimentar. Sou a única intercambista desse ano, normalmente eles mandam uns 4, então sou super paparicada(e amo, confesso).
A reunião começou e o primeiro membro do clube(cada membro tem uns dez minutos pra falar em toda reunião) já falou de cara: "Queremos dar as boas vindas a nossa intercambista Luiza Padovezi que hoje veio nos fazer uma visita" todo mundo olhou pra mim e eu, naturalmente, fiquei vermelhissima.
Na hora do oficial de intercâmbio foi falar ele disse: "Quero chamar a intercambista do nosso clube, Luiza, para vir aqui na frente e nos falar um pouco sobre como está sendo a expectativa do intercâmbio"
O QUE???????????? Scorroooo!!!!!! Sou só uma visita aqui meu filho! Faz isso comigo não....
Mas fui, cara queimando e as pernas tremendo(se você ainda não percebeu tenho PÂNICO ao falar em público)
Me coloquei diante daquela enorme plateia, meus amigos estrangeiros até se ajeitando para frente e olhando fixamente para mim para entender cada palavra que eu iria dizer.
A primeira palavra não saiu, respirei fundo e disparei a falar, nem eu sei o que falei, só lembro dos aplausos e de eu correndo desesperada pro meu lugar.
No fim da reunião todos vieram falar comigo e me dar os parabéns por ter falado tão bem. Bom gente, parabenizem o espírito que baixou em mim porque aquela não era eu!!!!
Até recebi um convite do presidente do Interact pra participar das reuniões e entrar pro grupo deles para que eu possa ir para Dinamarca como interactiana. AMEI!
Por fim fui embora com o frio na barriga que não queria cessar, só pensando que na Dinamarca ia ser assim, ou pior porque seria tudo naquela língua que não é de Deus. Nesse exato momento, como se meu pai estivesse lendo meus pensamentos(ou sentindo aquele frio na barriga também) disse: "E é assim que vai ser daqui pra frente minha filha..."