Só mais um dia

Acordo atrasada com aquele cabelo que ninguém merece.
Tem um mosquito na minha granola e o leite está qualhado…só descubro depois de ter colocado tudo pra dentro.
Some o casaco, some a chave, some o celular. Até achar fico ainda mais atrasada.
Para compensar ando de bicicleta cinco vezes mais rápido e me canso cinco vezes mais.
Chego no ponto que a bicicleta não tranca. Quando consigo percebo que tranquei minha mochila junto. O jeito é começar tudo de novo, mas que droga, não é meu ônibus vindo alí? Tranco a bicicleta mal e porcamente, espero poder confiar na tal segurança dinarmaquesa que tanto me falam.
Mais um dia de aula. O americano insuportável faz questão de sentar bem ao meu lado. Ele não para de falar, enquanto isso a professora faz uns sons malucos na minha frente. Parece que quer vomitar, mas disse que isso é dinamarquês, e me faz repetir o vômito.
Almoço. Pão preto, frango com orégano e tomate. Primeira mordida, descubro que o orégano era pimenta pura e que o tomate era um baita de um pimentão. O americano não para de falar, não sei porque começou a cacarejar que gostaria que seus órgãos fossem implantados em um robô quando ele morresse, não sei como ele chegou a esse assunto mas penso seriamente em realizar seu desejo nesse exato momento.
De volta à aula, meu cérebro não suporta mais tanta informação.
A chinesinha simpática me dá um pacote de balinhas na saída. Bala? Não sei como mas isso tem gosto de água salgada! Argh! Ela me pergunta se gostei, ensaio uma cara de “Hum de-li-ci-ous!” ela vira de costas e dou uma cuspidona preta no lixo.
Pego o ônibus com o americano mala. Não suporto seu papo estranho e saio do ônibus um ponto antes, no meio da rodovia. Sem problemas, antes ser atropelada do que aguentar aquele papinho vazio.
A bicicleta está bem.
Começo os 5km básicos de cada dia, começa a chover, claro. Vento muito forte, bicicleta muito leve, minha bunda vai direto pro chão. Deito na grama, que raio de dia é esse?? Um carro passa e a mulher grita “hvordan har du det?” nem levanto, só dou berro “Jaaaaa, tak”. Afinal, aprendi algo hoje, ou não.
Chego em casa, a droga da porta não abre, a chuva volta.
Por sorte Christina chega pra me resgatar. “Era só empurrar com força Luiza!” que gracinha né?
Vou para o quarto, ligo o computador, começo a escrever. Faço tudo virar palavra, faço tudo virar piada, faço tudo virar história.

ps: isso é pro postIt, mas cada coisinha dessa me aconteceu hoje. Estou inteira viu? E feliz :)
ps2: Ontem minha madrinha querida me mandou um email me perguntando uma coisa que muita gente anda me perguntando no Orkut: Onde comentar?? Geeente, se vocês quiserem me fazer alguma pergunta, dar sua opinião, reclamar, qualquer coisa, vai logo em cima da postagem onde está escrito COMENTS com um numerozinho na frente, clina no número! E pronto, escreve o que quiser!!!! ah, menos, "ah legal, comenta no meu blog" please