Ano Novo

Dês de que nasci eu passo ano novo em Macaubal, cidadezinha no interior de São Paulo, onde mora minha avó de parte de pai. Todo ano era exatamente a mesma coisa e mesmo assim eu amava e não imaginava minha virada de ano de outra maneira. Todo ano era a mesma coisa: eu só via minha família por parte de pai uma vez por ano e assim que chegávamos já tinha um tanto de presente esperando pela gente. Minha avó a cada dia fazia uma coisa mais deliciosa que a outra, comidas sírias que só ela sabe. Tinha o aniversário dela e depois o ano novo. Nada de especial, mas era importante para mim, e aquelas ruas me macaubal, aquele tédio sem igual, já fazia parte de mim.
Mas esse ano estou longe, já sabia que tudo ia ser diferente.
Dês de muito tempo tinha prometido pra Jéssica, Nathália e Lívia que ia passar o ano novo com elas. Foi uma luta para achar o que fazer nós quatro juntas. Cada uma tinha mil oportunidades, mas nenhuma que desse para as quatro. Eu mesma tinha passar com minha família, com um povo da minha escola, com um menino da minha sala, com meu próximo host irmão, com os intercâmbistas em Copenhagen ou com minha nova vizinha, mas não tinha lugar para as quatro.
Por fim fomos para Holstebro, cidae da Lívia, os pais dela iam dormir fora na noite da virada.
Cheguei na cidade e fui com a Lí fazer o supermecado para a noite.
Depois as meninas chegaram e fomos fazer o jantar, sim, estava tudo por nossa conta! O pai da Lí só fez uma sopa (muito boa por sinal) antes de sair.
Fizemos a comida e nos arrumamos, tudo ao mesmo tempo. O vestido eu tinha comprado no dia anterior, peguei uma leggie da Jel e a Naty arrumou meu cabelo. É sempre assim quando saímos, uma troca troca de roupas e habilidades.
Jantamos, estava tudo uma delícia, ficamos conversando e rindo horrores e a meia noite começou: estouramos champanhe, vimos os fogo, estouramos bombinhas, fizemos nossos pedidos pro ano que se iniciava, tudo lindo.
Depois fomos para a rua. A cidade estava lotaaaaaada. Entramos em uma boate e ficamos até quase as sete da manhã dançando feito loucas, mas passou tão rápido que nem percebemos o tanto de tempo que ficamos lá.
No dia seguinte estávamos destruídas, não fizemos nada o dia todo, ficamos só deitadas de pijama o dia todo, um dia nulo.
O dia 2 fomos fazer umas comprinhas na rua e de noite a primeira família da Lí fez um jantar para ele porque ela chegou no janeiro passado e foi embora ontem de volta pro Brasil. Fomos nós e mais duas amigas danesas dela.
Depois do jantar mais balada, mas pelo jeito o pessoal aqui só descansa depois do ano novo porque a boate estava super vazia. Mesmo assim nos divertimos horrores e ficamos até seis da manhã.
Assim que chegamos todo mundo olhou meio estranho pra gente, parece que todo mundo se conhecia por lá, menos agente. Depois o barman veio com uma bandeja cheia de copos, doces e champanhe pra gente, DE GRAÇA! Mais tarde mais uma garrafa.
Tinha uma mesa de totó e eu e a Naty fomos jogar, logo o barman e um outro cara LINDO vieram com chamar agente para jogar com eles. Eu sou um terror no totó, mas foi divertido mesmo assim. Dançamos terrores, como sempre.
Por fim havíamos dançado, jogado totó, conversado, dado um fora, enfim, interagido de alguma forma, com quase todos da boate! Foi ótimo.
Não chegamos cedo em casa e dormi umas 3 horas porque tinha que pegar o ônibus pela manhã.
Ufa, home sweet home, era só descansar e me preparar para aula.
No dia seguinte fui para Oure. Foi meio estranho ver aquele pessoal depois de duas semanas. Acho que mais estranho ainda foi o que eles viram: uma brasileira quase morta, de maquiagem mal tirada, braço e pescoço todos escritos, cabelo bagunçado, cara terrível de sono e um mal humor sem igual.

Nosso jantar

Nosso brinde

Eu fazendo o que eu mais gosto na despedida da Lí

Jogando totó, no noss único gol! hahahah

Todas nós e barman