Um outro destino, uma nova vida

Sei que ninguém mais vem aqui e, pelo menos por enquanto, não pretendo divulgar nada. Isso aqui é só pra mim, pra me lembrar de como eu sou capaz de me fazer feliz.
E a minha promessa de voltar pro blog pra valer babou né? Morro de saudades de escrever e morro de saudades das pessoas que sempre liam isso aqui, mas já não consigo mais escrever como antes, aliás, já não sou mais quem eu era antes.

Desde aquele dia de agosto, em 2009, quando eu larguei tudo e fui morar na Dinamarca que não sou mais a mesma, a minha vida mudou e continuou mudando sem parar, tanto que nem eu mesma consigo assimilar tudo que aconteceu e vem acontecendo. Voltei do meu um ano na Dinamarca péssima, não aceitava estar de volta e não me via em outro lugar além daquela maravilha de lugar.

Os primeiros 6 meses da minha volta passei no cursinho estudando para o vestibular, com um mal humor constante e uma preguiça sem fim de seguir em frente, as única coisa que me animava era meu namorado da época, o dinamarquês, que estava no Brasil e com quem eu me encontrava todo mês. Parecia que tudo passava sem que eu tivesse controle, meu corpo vivia tudo aquilo, mas eu não, eu só estava viva de verdade quando Benjamin estava comigo.

 Passei em algumas faculdades e comecei 2011 como universitária. Novas amizades, nova rotina, mas o namorado sempre sendo o mais importante de tudo. Até que ele foi embora...no fim de julho ele voltou pra Dinamarca e eu nunca imaginei que sentiria tanta falta de alguém, tanto medo de ficar sozinha. O impacto da partida dele foi tão profundo que eu não chorava, não sorria, eu simplesmente não sentia nada, estava anestesiada e mais uma vez assisti minha vida passar no modo automático, eu só me sentia viva nas raras vezes que conseguia conversar com Benjamin.

O segundo semestre do curso de direito foi nulo pra mim, não ia nas aulas, não estudava, só esperava dezembro chegar, só queria fazer minhas malas e voltar pra Dinamarca. Voltar foi como um sonho, chorei de verdade, pela primeira vez em muito tempo, só de ouvir uma menina conversando em dinamarquês. Tinha tempos não me sentia tão bem, tão feliz, tão VIVA. Foram quase dois meses de puro êxtase, revendo pessoas, revisitando lugares, comendo as comidas que tanto me faziam falta, e claro, vivendo de muito amor.

Mas como em um sonho, logo tive que acordar para a realidade e lá estava eu, novamente, no meu apartamento em Belo Horizonte, assistindo novela e comendo salada, apática, como sempre. Durante um mês fui apenas expectadora da minha ruína, amigas sumindo, notas piorando, cabelo caindo, corpo deformando. Não estava nada bem e percebi, com muito pesar, que o que me consumia era o que eu achava que mais me fazia feliz, e em menos de um mês da minha volta para o Brasil terminei meu namoro, acabei com meu primeiro amor.

Fiquei doente por meses, era uma doença atrás da outra sem a menor melhora, não conseguia chorar, não conseguia sentir nada, bebia demais, me relacionava com as pessoas erradas,me machucava e machucava meus amigos. Comecei a tomar remédios, entrei na terapia e aprendi a chorar, aprendi tão bem que não conseguia mais parar...nada parecia funcionar, nada parecia melhorar. E agora vou falar um clichezão, mas que se revelou como a maior verdade para mim, o tempo, realmente, é o melhor remédio.

Aos poucos fui parando de chorar, voltei a dormir bem, meus amigos voltaram, parei de tomar remédios, não adoeci mais e por fim, sai na terapia. Hoje, depois de muito tempo, encho a boca pra falar que estou e SOU muito feliz. Minhas notas estão melhores, consegui um estágio na Defensoria Pública de Minas Gerais, tenho muitos amigos, um novo namorado e estou muito satisfeita com tudo que está acontecendo e o melhor de tudo é que aprendi que eu mesma me basto, independente de namorado, amigos, família, só eu consigo mudar meu destino, eu sou a pessoa mais capaz de mudar e melhorar a minha própria vida.

 Sigo assim, sendo dona na minha própria vida, do meu próprio nariz da minha própria felicidade.