Voltei!

Sim, menos um ano depois eu estou de volta ao país que achei que não veria novamente em anos, mas, quem diria, as voltas da vida iam me trazer para esse pequeno país mais uma vez como um intercambista do Rotary.

Destino, sorte, coincidência, não sei ao certo o que foi que me trouxe de volta, mas fato é que o meu plano inicial era ir para a Turquia pelo Rotary e quando estava prestes a comprar minha passagem meu intercâmbio foi cancelado. Começaram a procurar novos lugares, mas como já era fim de Outubro eu não tinha muita esperança. até que veio a notícia, haviam achado um lugar, e APENAS um lugar. Uma terrinha pequena no norte da Europa; Dinamarca cruzava meu caminho mais uma vez!

Então voltei para o mesmo país, e, graças aos contatos anteriormente cativados, para a mesma cidade e a mesma amável primeira Host Family na pequenininha Vester Skerninge.

Uma semana já se passou e um engraçado sentimento de conforto e calmaria me ocupou, como se essa fosse a minha segunda casa, como se esse país tão distante do Brasil já fosse meu, como se essas pessoas, essas ruas, esse mar, essa comida não estivessem a muitos e muitos quilômetros de casa, mas sim, sempre comigo.

Passei o fim de semana em Copenhague para fugir da calmaria da minha vila. Fui direto para o apartamento de Maya onde encontrei também Julie e Sophie, que primeiro me cumprimentaram  como se nada para só depois perceberem que não me viam há anos e pular no meu pescoço de novo. Conversamos por horas.

Na sexta fui para casa de Mathias, uma antiga quedinha minha dos tempos de Oure. Lá estavam Daniel, Lauge, Awiti e Christina, além de Maya, eu e Mathias, claro. Cozinhamos, bebemos, jogamos trívia  dançamos... fiquei lá de 4 da tarde até 6 da manhã sem me dar conta do tempo que passava, só percebi quando o sono bateu e lembrei que tinha que ir de bicicleta para casa.

Sábado dei um pulinho da Suécia por algumas horas, como se não fosse outro país. Estávamos comendo em um café quando de repente escutei uma bateria tocando samba, meu sangue latino gritou e sai correndo com Maya para  ver o que era. Vimos um grupo super animado tocando tambores vigorosamente e começamos dar uns passinhos tímidos. Uma das meninas do surdo me viu e me chamou pra dançar, hesitei, mas o menino do repinique veio ate mim, pegou na minha mão e me chamou pra dançar. Não precisou falar duas vezes. Fomos pro meio da roda e começamos a sambar feito loucas. Naquele momento tudo parecia certo, a tarde não parecia mais tão escura, o ar não parecia mais tão gelado e eu não me sentia tímida de estar diante daquela monte de gente que nunca tinha visto em minha vida, que alegria!

Voltamos de Malmo, me reencontrei com a mãe do meu ex namorado dinamarquês por algumas horas e saí para dançar com os dinamarqueses.

Agora estou de volta à minha vilinha, nesse mesmo sofá. na frente da mesma TV, com as canequinhas de chá por perto e meus host pais sentados no mesmo lugar de sempre. Mas mesmo parecendo tudo tão igual, eu me sinto diferente, não sou mais a jovem intercambista, não sou mais a namorada do Benjamin, sou Luiza, a brasileira, a amiga, a viajante, a estudante de Direito e amanhã? Bom, será meu primeiro dia no primeiro emprego de verdade da minha vida! VI SES!