Três dias em Chiang Mai - Thailândia



Chiang Mai foi, pra mim, o melhor da Tailândia. A cidade tem tudo que a Tailândia pode oferecer, culturalmente falando, mas de um jeito bem mais simples, mais barato, menos abarrotado de turistas e mais calmo, além de umas coisinhas que só o norte da Tailândia tem.

Não bastasse isso, estávamos chegando de Xangai e Hong Kong, duas cidades que estavam MUITO frias e MUITO chuvosas, e eram super caras, então chegar em um lugar que eu podia usar apenas saias e chinelos e comer um mega prato de pad thai por 6 reais, fez a sensação de chegar em Chiang Mai ser a mesma de chegar num paraíso.

Ficamos num hostel que eu sinceramente não recomendo, o Nature's Hostel. Não recomendo por ser bem precário e mal cuidado, com chuveiros que não funcionam e portas que não fecham, mas considerando que pagamos apenas 15 reais a noite e que os funcionários eram os mais atenciosos e prestativos que já conheci, não me arrependo da experiência.

Chegamos na cidade bem tarde e foi o tempo de colocarmos nossas saias e ir jantar. Além das cervejinhas maravilhosas, comemos o famoso pad thai e curtimos uma música ao vivo. Em Chiang Mai há diversos bares e pubs com música boa, mas que só ficam abertos até meia noite.

Discutindo sobre os passeios que gostaríamos de fazer, de cara percebemos que 3 dias em Chiang Mai era muito pouco, a cidade precisa de uns 4 dias para ser aproveitada, mas íamos fazer dar certo mesmo assim.

Dia 1:

O thai fofinho do hostel contratou um taxi que ficaria por nossa conta o dia todo. Ele cobrou 110 reais ao todo, o que foi dividido por nós três, mas que pode ser dividido por mais já que os carros lá são adaptados para levar várias pessoas.

Saímos bem cedo e começamos nosso dia indo na tribo das mulheres girafa, que eu já falei sobre no post anterior. Caso esteja pensando ir, sugiro ler o que escrevi aqui, além de pesquisar muito. É um passeio muito interessante, mas bem controverso. Se decidir que vale a pena, a entrada custa por volta de 50 reais.

A traseira do táxi
Depois nosso taxista nos levou ao Tiger Kingdom. Esse é outro passeio bem controverso, mas que nesse caso eu não recomendo. Veja bem, não tenho certeza se os animais estão dopados no Tiger Kingdom, acho que até podem ser bem tratados. Pelo que contam lá, todos já nasceram no cárcere, ou seja, não foram capturados, nem nada do tipo. Mas não deixa de ser anti natural manter esse bichos gigantes aprisionados, simplesmente para o prazer do turista, por isso não acho legal dar corda pra esse tipo de turismo que explora, mas vai da consciência de cada um.

Mas sim, eu fui. Fui por curiosidade na época, mas não iria se tivesse a mentalidade que tenho hoje sobre o assunto.

Chegando lá podemos optar pelo tamanho do tigre que queremos ver. Baby, small, medium ou big cats. Os babies e os grandes são os mais procurados e consequentemente mais caros, por volta de 100 reais cada, os pequenos eu não sei quanto custam, mas é um pouco mais barato, e os médios são os mais baratos, custam 50 reais. Como eu não estava fazendo muita questão de nada, peguei os médios, mas que na verdade eram bem grandinhos. Você pode tirar fotos e passar a mão nos tigres, da medinho e é bem emocionante, mas eu fiquei com uma sensação estranha o tempo todo. Como eu disse, vai de cada um, né?

O terceiro passeio foi o Doi Suthep, o templo mais famoso de Chiang Mai com a sua pagoda gigante e dourada. Coisa mais linda e imperdível! Para chegar ao templo precisamos subir uma mega escadaria, também linda, e pagar uma entrada no valor de 30 reais. Depois disso, tire seus sapatos e aproveite tudo, as imagens, os odores, os sons, a energia. É uma experiência e tanto.


Mesmo depois de tantos passeios, ainda eram 13 horas da tarde e pedimos para o taxista nos deixar no centro da cidade. Almoçamos, mais uma vez maravilhadas com os preços de Chiang Mai, passeamos por alguns templos (existem dezenas espalhados por toda parte) e fomos experimentar a famosa Thai Massage em um lugar bem especial.
Era um centro que emprega apenas detentas em regime aberto ou ex detentas, garantindo uma vida digna para essas mulheres que provavelmente teriam poucas oportunidades por ai. A maravilhosa massagem custou apenas 20 reais para uma hora, com direito a lavagem de pés e chazinho no final. Amei tudo e recomendo sempre.

Depois fomos caminhar pela cidade e passamos pelo maior mercado de comidas da cidade, mas sem coragem de comer nada, tendo em vista o trauma que tivemos na China. Depois fomos andando em direção ao famoso night market, mas erramos o mapa e acabamos passeando por um mercado qualquer sem saber, só descobrimos no último dia, quando era tarde demais.

Dia 2:

Contratamos um passeio de van de um dia todo, com almoço e guia, para cidade de Chiang Rai. Reservamos pelo nosso hostel e pagamos 110 reais por pessoa.

A rota foi: Outra tribo de mulheres girafa, um pequeno parque de águas termais, o famoso Templo Branco, almoço, um templo que eu não lembro o nome e o Golden Triangle.

Não achei que valeu a pena pelo preço e tempo gasto. Não fomos na tribo porque era paga a parte e era menor do que a que nós já tínhamos ido. O parque das águas termais era bem pequeno e não tinha muita coisa além de uns turistas cozinhando uns ovos nas águas naturalmente quentes. O outro templo era bem bonito, mas nada mais espetacular do que os que existem em Chiang Mai.

Entrando no Templo Branco
Já o Golden Triangle é até legal, mas também tinha que pagar à parte e achamos meio caro pela proposta. Trata-se de um passeio de barco em uma pequena ilha na divisa entre Miammar, Laos e Tailândia. Acho que você chega a descer no Laos, mas nada demais. O interessante disso tudo é que a pequena porção de terra não está sob o comando de qualquer um dos países, sendo uma zona neutra e de muito contrabando. Mas do lugar que ficamos esperando o grupo fazer o passeio dava pra ver a ilha e achamos mais legal passear pela região e nos entupir das gostosas e baratas frutas do lugar.

Agora o Wat Rong Khun, o famoso Templo Branco, esse sim vale MUITO a pena. É um templo moderno, que ainda está em construção, e pertence a um artista local chamado Chalermchai Kositpipat. Vendo de longe é um templo imponente e imaculadamente branco, lindíssimo, mas ao nos aproximarmos podemos ver todo o simbolismo da obra que representa a jornada ao paraíso. Desde às mãos de pedra que surgem do chão na entrada, até às pinturas super modernas no interior do templo, tudo tem um significado.

A dica aqui é não deixar de ir no Templo Branco, mas fechar um pacote mais direcionado à atração, já que o nosso foi cheio de horas de van e pequenos passeios dispensáveis.

Dia 3:

O terceiro dia era o mais esperado por mim em toda a viagem, passaríamos o dia no Elephant Retirement Park.

Calma, sem atirar pedras ainda! Sei que escrevi ser contra a exploração animal para o turismo, mas nesse caso é o turismo que mantêm os animais vivos. Explico: Eu AMO elefantes, acho que é o bicho mais maravilhoso do mundo, e quando vi a quantidade de atrações na Tailândia que exploram esses seres lindos fiquei muito desanimada. Ver turistas montados em elefantes, elefantes que pintam quadros, jogam bola, fazem truques e tudo de anti natural, só pela diversão dos estrangeiros, me deixou muito decepcionada. Acontece que, lendo o guia do Lonely Planet, vi a recomendação para um lugar que resgata esses elefantes e os recupera, dando-lhes uma vida mais digna. A partir daí descobri vários locais que faziam o mesmo e usavam do dinheiro do turismo para proteger esse animais.

Vai um banho de lama aí?
Foi assim que encontramos o Elephant Retirement Park, uma pequena vila, com poucos elefantes resgatados, mas que vivem livres e bem cuidados. O passeio que fechamos custava 150 reais e durava meio dia. Tem a opção de um dia inteiro, mas nós iríamos pegar um trem para Bangcoc no fim da tarde e não daria tempo, mas parece que não muda muita coisa para o passeio de um dia inteiro.

O passeio inclui transporte, água, toalhas, roupas extras, chá e frutas. Passamos uma manhã deliciosa, em um lugar maravilhoso, com pessoas incríveis de vários países, dando comida aos animais, banho de lama, nadando no lago, dando remédio e aprendendo a respeitar ainda mais aqueles seres incríveis.

Depois de um dia cheio, e com o coração mais cheio ainda, pegamos o trem pra Bangcoc, mas com uma vontade quase incontrolável de ficar.