Machu Picchu e Ano Novo
Acordamos às 5:00 da manhã para pegar o ônibus. Para subir
para Machu Picchu há duas opções, ou ir de ônibus (19 dólares ida e volta) ou a
pé, subindo um milhão de degraus. Se fossem circunstâncias comuns, eu
animaria ir andando, mas como dali a poucas horas teríamos que encarar 12 km de
caminhada e 5 horas de van da morte, resolvemos ir de busão
mesmo.
O primeiro ônibus sairia às 6:00, mas nos recomendaram chegar
meia hora antes. Chegamos às 5:30 da manhã e a fila já estava gigantesca, não
quero nem pensar que horas aquela galera acordou. Por volta de 6:20 chegamos em
Machu Picchu.
Entrada da cidade |
Encontramos o guia da nossa van e começamos a explorar as
ruínas. O conhecimento que os incas tinham sobre arquitetura, astronomia,
natureza e outras tantas coisas é quase inacreditável e isso reflete nas
construções que vi e as histórias que o guia contava. Ele nos contou que na
época da invasão espanhola os habitantes de Machu Picchu abandonaram o lugar
para proteger a cidade e se esconderam na floresta. A ideia era voltar para lá
quando tudo se acalmasse, mas não conseguiram sobreviver, a cidade se perdeu no
tempo e só foi redescoberta muitos anos depois.
Depois do passeio guiado tivemos um tempo para passear e
tirar as fotos típicas de cartão-postal. Na volta para o ônibus demos uma
última parada na saída do parque para carimbar nossos passaportes com o selo do
local. Sim, estivemos ali! Pegamos o ônibus e recomeçamos a caminhada pelos trilhos.
Nas ruínas de Machu Picchu |
Depois do almoço voltamos para a van do terror. Eu adoraria
dizer que o retorno de carro também foi mais tranquilo, mas infelizmente foi
ainda mais medonho. Nosso motorista estava claramente com um sono incontrolável
e a cada minuto dava uma longa pescada. Não bastasse isso, a neblina estava
muito mais pesada, estava muito escuro e nosso farol parecia não funcionar
direito. Quase beijei o chão quando cheguei no hostel.
Depois de tanto andar, sofrer, comer mal e etc, tudo que mais
queríamos era cama. Então tomamos um banho e fomos dormir…só que não! As doidas
aqui resolveram sair. Começamos a noite no Loki Cusco e descobrimos que não é
nem um terço da diversão do de La Paz. Lá fechou às 2 da manhã e fomos pra
Plaza de Las Armas. Rodamos muito, entramos em umas boates zoadas e quando
estávamos prestes a desistir achamos um grupo de 4 brasileiros que logo
descobrimos que estavam no nosso hostel. Voltamos para o hostel e ficamos
conversando até 5 da manhã (24 horas acordada).
Dia 11- 31/12: Feliz Año Nuevo!!
Acho desnecessário explicar o tanto que eu estava cansada
nesse dia não é? Depois de dois dias de emoções mil, eu só queria não fazer
nada. Dormimos, lavamos roupas, dormimos, comemos e as meninas jogaram cartas
enquanto eu dormia mais.
O único compromisso era a festa de ano novo, que eu ainda não
sabia onde a gente ia passar. Compramos umas cervejas com os meninos e ficamos
um tempo no hostel onde estava tendo uma festa de ano novo que foi invadida por argentinos. Quase
meia noite fomos à Plaza de las Armas onde todos da cidade pareciam estar.
O lugar estava uma loucura. Não havia um espacinho sequer sem
uma pessoa e todos carregavam foguetes. A praça em si já é linda, mas estava mais
linda ainda com aquela alegria toda. Ficamos cantando e pulando até que a
multidão começou a gritar “cinco, cuatro, tres, dos, UNO!” Feliz año nuevo meu
povo!
Os foguetes começaram a estourar e nos abraçamos. De repente
a multidão começou a se mover, todos para a mesma direção, estava começando a
famosa volta na praça das Armas. No Brasil nos pulamos ondas, lá eles não
voltas na praça. Foi lindo, mas acabamos nos perdendo dos meninos.
Depois de dar voltas, resolvemos esperar para achar os
meninos, mas começou a ficar meio perigoso.Tinha muita gente bêbada com foguete
e eles começaram a jogar uns nos outros. Um mané teve a brilhante ideia de
colocar uma garrafa de vidro bem na boca de um rojão e ascender. Eu e as
meninas nos abaixamos imediatamente quando vimos aquilo, mas o inglês que
estava com a gente não percebeu o perigo e acabou queimando a testa. Depois
dessa resolvi sair dali, mas não sem antes quase ser roubada por uma mulher
imensa. Por sorte a Fernandinha, a justiceira, deu um tapa na safada e espantou
a folgada.