Machu Picchu e Ano Novo

Dia 10-30/12- Finalmente, Machu Picchu!

Acordamos às 5:00 da manhã para pegar o ônibus. Para subir para Machu Picchu há duas opções, ou ir de ônibus (19 dólares ida e volta) ou a pé, subindo um milhão de degraus. Se fossem circunstâncias comuns,  eu animaria ir andando, mas como dali a poucas horas teríamos que encarar 12 km de caminhada e 5 horas de van da morte, resolvemos ir de busão mesmo.

O primeiro ônibus sairia às 6:00, mas nos recomendaram chegar meia hora antes. Chegamos às 5:30 da manhã e a fila já estava gigantesca, não quero nem pensar que horas aquela galera acordou. Por volta de 6:20 chegamos em Machu Picchu.

Entrada da cidade
De cara já rolou uma emoção.Llá estava eu, naquele lugar que já vi tantas fotos e já ouvi tantas histórias. Refletindo agora parece um sonho que eu realmente estive lá, de cara com aquela montanha linda e as ruínas tão famosas.

Encontramos o guia da nossa van e começamos a explorar as ruínas. O conhecimento que os incas tinham sobre arquitetura, astronomia, natureza e outras tantas coisas é quase inacreditável e isso reflete nas construções que vi e as histórias que o guia contava. Ele nos contou que na época da invasão espanhola os habitantes de Machu Picchu abandonaram o lugar para proteger a cidade e se esconderam na floresta. A ideia era voltar para lá quando tudo se acalmasse, mas não conseguiram sobreviver, a cidade se perdeu no tempo e só foi redescoberta muitos anos depois.

Depois do passeio guiado tivemos um tempo para passear e tirar as fotos típicas de cartão-postal. Na volta para o ônibus demos uma última parada na saída do parque para carimbar nossos passaportes com o selo do local. Sim, estivemos ali! Pegamos o ônibus e recomeçamos a caminhada pelos trilhos.

Nas ruínas de Machu Picchu
A volta foi muito mais tranquila. O ônibus nos deixa em um local que economiza uns 40 minutos de caminhada, sem contar que já estávamos acostumadas com o caminho, não tirávamos tantas fotos e as mochilas estavam mais leves (na ida eu carreguei 4 litros de água nas costas). Andamos tão rápido que tivemos tempo de sobra para almoçar à beira da estrada com dois paulistas que conhecemos no caminho.

Depois do almoço voltamos para a van do terror. Eu adoraria dizer que o retorno de carro também foi mais tranquilo, mas infelizmente foi ainda mais medonho. Nosso motorista estava claramente com um sono incontrolável e a cada minuto dava uma longa pescada. Não bastasse isso, a neblina estava muito mais pesada, estava muito escuro e nosso farol parecia não funcionar direito. Quase beijei o chão quando cheguei no hostel.

Depois de tanto andar, sofrer, comer mal e etc, tudo que mais queríamos era cama. Então tomamos um banho e fomos dormir…só que não! As doidas aqui resolveram sair. Começamos a noite no Loki Cusco e descobrimos que não é nem um terço da diversão do de La Paz. Lá fechou às 2 da manhã e fomos pra Plaza de Las Armas. Rodamos muito, entramos em umas boates zoadas e quando estávamos prestes a desistir achamos um grupo de 4 brasileiros que logo descobrimos que estavam no nosso hostel. Voltamos para o hostel e ficamos conversando até 5 da manhã (24 horas acordada).

Dia 11- 31/12: Feliz Año Nuevo!!

Acho desnecessário explicar o tanto que eu estava cansada nesse dia não é? Depois de dois dias de emoções mil, eu só queria não fazer nada. Dormimos, lavamos roupas, dormimos, comemos e as meninas jogaram cartas enquanto eu dormia mais.

O único compromisso era a festa de ano novo, que eu ainda não sabia onde a gente ia passar. Compramos umas cervejas com os meninos e ficamos um tempo no hostel onde estava tendo uma festa de ano novo que foi invadida por argentinos. Quase meia noite fomos à Plaza de las Armas onde todos da cidade pareciam estar.

O lugar estava uma loucura. Não havia um espacinho sequer sem uma pessoa e todos carregavam foguetes. A praça em si já é linda, mas estava mais linda ainda com aquela alegria toda. Ficamos cantando e pulando até que a multidão começou a gritar “cinco, cuatro, tres, dos, UNO!” Feliz año nuevo meu povo!

Os foguetes começaram a estourar e nos abraçamos. De repente a multidão começou a se mover, todos para a mesma direção, estava começando a famosa volta na praça das Armas. No Brasil nos pulamos ondas, lá eles não voltas na praça. Foi lindo, mas acabamos nos perdendo dos meninos.
Praça das Armas pegando fogo

Depois de dar voltas, resolvemos esperar para achar os meninos, mas começou a ficar meio perigoso.Tinha muita gente bêbada com foguete e eles começaram a jogar uns nos outros. Um mané teve a brilhante ideia de colocar uma garrafa de vidro bem na boca de um rojão e ascender. Eu e as meninas nos abaixamos imediatamente quando vimos aquilo, mas o inglês que estava com a gente não percebeu o perigo e acabou queimando a testa. Depois dessa resolvi sair dali, mas não sem antes quase ser roubada por uma mulher imensa. Por sorte a Fernandinha, a justiceira, deu um tapa na safada e espantou a folgada.

Fomos para a festa do Loki e o que aconteceu depois ficou entre quatro meninas e a cidade de Cusco.