Perguntas e Respostas Sobre a Cidade do Panamá



Chegou a minha hora favorita depois de cada viagem: escrever sobre a viagem! Dessa vez resolvi me guiar por algumas perguntas que me fizeram no instagram, muito influencer ela:

Como decidi ir para a Cidade do Panamá?

Sempre que eu viajo para um lugar mais incomum me fazem essa pergunta a resposta é meio aleatória, dessa vez não foi diferente.

Fora a regra de deixar os países mais bens estruturados e "comuns" para mais tarde na vida, eu aceito qualquer coisa que cruza meu caminho, e foi assim quando vi a capa de uma revista "Viagem" antiga que listava as ilhas mais bonitas do mundo.

Entre Maldivas, Fernando de Noronha e Bali, um arquipélago chamado San Blas me chamou a atenção. Eu nunca tinha ouvido falar dele, mas era tão lindo, e tão perto, logo ali no Panamá, e foi assim que decidi que ia para lá.

Eu tinha 10 dias de férias e resolvemos passar metade desse tempo nas ilhas e os outros 5 dias na Cidade do Panamá. Todo mundo que conhecemos disse que essa escolha era meio estranha. 5 dias é considerado muito tempo para San Blas, e para a Cidade do Panamá, então, é uma eternidade! A cidade é vista como uma mera passagem para a maioria das pessoas que estão em viagem para outros destinos. Os mais ousados passam no máximo dois dias por lá para conhecer o Canal do Panamá, mas dessa vez eu tava com vontade de uma viagem mais tranquila, sem 7 países em 7 dias.

Pra vocês terem uma ideia, pegamos um voo direto de BH para Cidade do Panamá e fomos os únicos passageiros que pegaram os papeis para imigração. Ou seja, daquelas centenas de pessoas, só eu e Thiago ficamos no país como destino final. Uma galera ficou olhando pra gente esperando que estivéssemos confundindo alguma coisa.



É fácil comunicar por lá?

Sim e não. No geral brasileiro não tem muito problema pra se virar em países que falam espanhol, né? Eu mesma não falo absolutamente nada da língua, mas nunca passei aperto. O problema é que, especialmente no Panamá, eles falam MUITO rápido, mas nada que um "pode hablar más lento, por favor" não resolva. Agora, nas ilhas o esquema é outro.

O que comi?

Pra minha alegria, muito peixe e muitos frutos do mar. A cidade do Panamá é na costa, então tudo é muito fresco e muito delicioso. Outra coisa que se come muito por lá são as famosas plantanas, ou bananas fritas. Passamos 10 dias comendo basicamente pescados, banana e arroz. Vez ou outra comíamos um frango em um PF por aí.

Em relação à bebida, o panamá tem muito café e muito rum. O problema que nenhum dos dois é a minha praia. Não sou adulta o suficiente pra tomar café e rum me lembra a época negra de Bacardi com Schweppes, então me contentei com as cervejas meio aguadas que tinham por lá.

Agora, eu pudesse te dar apenas uma dica da Cidade do Panamá seria: Vá no Mercado dos Mariscos. Ele fica entre o centro da cidade e o Casco Viejo e é um lugar bem frequentado pelos locais, super típico. São vários pequenos restaurantes ao lado o mercado onde os peixes são comprados. O preço varia pouco entre os restaurantes, mas a infraestrutura faz diferença. Alguns usam talheres descartáveis e não tem ventilador, e acredite, isso conta. Ceviche por lá custa nada mais que U$ 2,00!! E de lagosta 5! Eu quase morri de alegria.


Para sair e beber de noite, a quantidade de opções que o Casco Viejo tem é inacreditável. Entre muitos rooftops e bares temáticos, eu e Thiago fomos para uns três por noite sem conseguir escolher o melhor, mas se for para recomendar só um, eu preciso falar do Pedro Mandinga Rum Bar. Apesar de não ser muito fã de rum, esse lugar é, antes de tudo, uma experiência. Os drinks mais pareciam um trabalho de química de tão bem elaborados. Sentamos no balcão e piramos na habilidade do barman. Ele logo veio conversar com a gente e nos deu uma mini degustação gratuita dos tipos de rum da casa. Provamos todos e saímos felizes pela noite panamenha.


Onde fiquei?

Em dois lugares diferentes. Os dias antes da ilha ficamos em Casco Viejo e, para mim, é o melhor lugar para ficar. Muita coisa para ver, para comer, para fazer por lá e o bairro é muito lindinho. Pena que também é um pouco mais caro. Nos últimos dias ficamos na parte nova da cidade, em Marbella, tanto pra conhecer mais lugares quanto pra economizar.

Em Casco Viejo ficamos no Selena Hostel, um dos hostels mais legais e interessantes que já vi, tinha rooftop com piscina e bar e tudo. Mas achei o preço meio salgado e tivemos que reservar um quarto compartilhado.



Já em Marbella ficamos no Casa Areka Hostel, muito bem localizado e com preço bem justo, tinha café da manhã, piscina e deu para pegar um quarto privado.

Como é a Infraestrutura da cidade?

A cidade do Panamá é uma cidade de contrastes. De um lado querem ser super modernos e americanizados, e de outro são super tradicionais, preservam a natureza e suas tradições.

Antes de mais nada, preciso contar que o trânsito é um verdadeiro CAOS e que a buzina é o item mais importante de qualquer veículo por lá. Além desse probleminha, não é exatamente o lugar mais seguro do mundo, mas nada que um brasileiro não esteja acostumado.

Esse caos urbano misturado com florestas tropicais bem preservadas, esses prédios diferentões entre casas de época, refletem no dia a dia da cidade. É uma cidade bagunçada e organizada ao mesmo tempo, faz sentido?

Bem tranquilo pegar Uber por lá e os ônibus são assustadoramente baratos. Dependendo do trecho você para 25 centavos de dólar para andar pela cidade.

O que eu fiz nesses 5 dias?

Além de comer horrores no Mercado dos Mariscos e passar muitas noites tomando umas boas nos rooftops espalhados por aí, a cidade oferece uma boa variedade de atrações e eu vou listar aqui o que a gente fez, na ordem do que eu mais gostei para o que eu menos gostei. Então, se você tiver só algumas horas na Cidade do Panamá já sabe o que ver por lá:

Casco Viejo:
Essa é a parte antiga da cidade, cheia de casinhas muito charmosas, bares descolados, drinks em rooftops, igrejas, museus, lojas e muita história para contar. Passamos dois dias inteiros por lá. Imperdível e o melhor lugar para comprar presentes e coisas típicas de lá


Miraflores - Canal do Panamá:
O famoso e indispensável. Eu fiquei chocada com tudo o que vi. Acho que não tinha noção da importância desse lugar e nem de como eles foram visionários, há mais de 100 anos atrás, quando construíram o canal. Recentemente foi construída uma sala de cinema imensa pra exibir uma mega produção que conta a história do Canal na voz de Morgan Freeman. É um passeio caro, mas valeu cada centavo.


Panamá Viejo:
É o que sobrou da cidade do Panamá após a invasão do pirata Morgan. Hoje é um sítio arqueológico importantíssimo. Você consegue passear entre as ruínas e visitar o museu que conta a incrível história do lugar. Na saída do Panamá Viejo ainda tem o Mercado Nacional de Artesanias.



Cerro Ancon:
Se tem Thiago na viagem, tem trilha, e dessa vez não podia ser diferente. Esse é o ponto mais alto da cidade e a trilha pra chegar até lá é no meio da floresta tropical. Vimos sapos coloridos, macacos, cotias, muitas aranhas e uma preguiça!! É a melhor vista da cidade e, o melhor, de graça!



Cinta Costeira:
É a avenida costeira da cidade. Nós corremos duas vezes nela, mas em pontos e dias diferentes. A primeira parte é suspensa sobre o mar e contorna o Casco Vierro inteiro. A segunda é dentro da cidade nova e tem aquelas letras gigantes com o nome da cidade, bem barango pega turista que a gente ama.


Parque Metropolitano:
Mais trilha no meio do mato. Apesar de mais bem organizado e com mais opções de trilhas, eu gostei menos que o Cerro Ancon porque tem que pagar hahahaah



Antiga Trump Tower:
Uma coisa que falaram que era imperdível é ver a vista de um dos prédios enormes da cidade do Panamá. Escolhemos esse porque tem um bar com piscina infinta no 66º andar e um Cassino no primeiro. Eu acabei me divertindo mais no cassino do que no bar, não dá pra se divertir se a cerveja custa quase  45 reais (eu não estou brincando). Parece que é melhor ir no por do sol porque, além de mais bonito, tem umas promoções de happy hour. Nós chegamos bem tarde, só tiramos fotos, vimos o cardápio e saímos correndo.



Andar e se perder entre os prédios diferentões:
Um programa que gosto de fazer em todos os lugares que vou é simplesmente andar por aí. Ver o supermercado, a farmácia, comer comida de rua e simplesmente ver a cidade. A cidade do Panamá tem muito a oferecer em cada esquina.



Shoppings:
Isso foi a única coisa que ouvi do Panamá quando disse que ia para lá: "é bom pra comprar". Não sei se era o dólar nas alturas ou o fato de eu não ter muita paciência para compras, mas não achei nada demais. Nenhum de nós dois gostamos de comprar, mas mesmo assim acabamos indo em três shoppings diferentes. Imagina se a gente gostasse! Fomos no Multiplaza, o maior e mais chique, no Multicentro, bem ok, e no Albrook, o mais barato e o que eu mais gostei no geral. Deve ser bacana pra quem gosta.

Maior perrengue?

O maior perrengue foi ainda aqui em BH. Eu dei meu show básico de pisciana e levei pro aeroporto meu passaporte vencido. Foi uma loucura fazer o novo chegar antes do check in fechar, quem conhece o aeroporto de BH sabe como é longe de tudo. Consegui fazer o check in 10 minutos antes de fechar, e eu quase morri do coração.

Outro perrengue constante foi grana. Que país caro! Mas com muito aperto conseguimos fazer tudo que tínhamos planejado.

Eu voltaria?

Provavelmente pra Cidade do Panamá, não, mas pro país eu voltaria com certeza, inclusive para San Blas que foi um dos lugares mais especiais que eu já conheci. Mas isso é história para outro post. Para outro post também vai ficar as respostas sobre valores e planejamento financeiro.

Acho que só pra cidade voltaria se tivesse uma escala que desse pra estender por algumas horas. Iria comer uma lagosta no Mercado de Mariscos, tomar uma cerveja aguada bem gelada e partir. Afinal, lagosta a 5 dólares não tem em qualquer lugar.