O Que Fazer em Salvador: Dicas de uma Baiana

E aí meu povo lindo, como estamos?

Quem me acompanha pelo Instagram @lugresquenuncasonhei já está sabendo que a minha sonhada viagem de férias para Índia, assim como muitas viagens por aí, foi cancelada graças à pandemia do novo coronavírus.

Apesar de estar racionalmente conformada, o bichinho da viagem não está nada satisfeito e a vontade de conhecer novos lugares parece que cresceu. Foi aí que comecei a pensar em maneiras de continuar aprendendo e explorando destinos incríveis, mesmo sem sair de casa.

Foi nesse momento que resolvi pedir ajuda de amigos espalhados pelo nosso Brasilzão e esses amigos lindos tem me mandando dicas preciosas sobre os lugares que moram. Então assim continuo viajando, sem sair de casa, e ainda reúno indicações incríveis para vocês, afinal de contas, quem melhor para apresentar uma cidade do que a própria pessoa que lá vive?

Essas informações estão sendo apresentadas em posts no meu Instagram, mas eu tenho uma amiga muito maravilhosa que, quando foi me mandar as dicas da cidade que mora, mandou um verdadeiro roteiro para conhecer o lugar. Eu simplesmente não poderia me limitar aos caracteres permitidos nas legendas do Instagram e resolvi trazer tudo completo aqui pra vocês:

"Oi, eu sou a Jéssica e moro em Salvador desde que nasci.
Salvador é Axé - não o ritmo musical - mas uma energia que só sente quem já esteve aqui. É a mistura do sagrado e do profano. É  a riqueza, força, hospitalidade e cultura da sua gente.

Onde ficar: 

Os melhores lugares para se hospedar em Salvador varia de acordo com seu orçamento e a programação. Segue listinha bem eclética:
- Melhores hotéis: Fera Palace e Fasano (fica no centro histórico da cidade)
- Resort: Gran Hotel Stella Maris
- Região com os melhores hostels: Rio Vermelho (recomendo o F Desgin Hostel), Barra (recomendo o Che Lagartos)
- Melhor localização para os pontos turísticos: Centro Histórico (como toda cidade grande, pode acabar sendo um pouquinho perigoso o acesso a noite), Barra, Ondina e Rio Vermelho.

Onde comer:

O restaurante mais famoso de comida baiana é o Yemanjá. Peça uma moqueca. Um no mesmo estilo e mais barato é o Ki-Muqueca, mas a melhor moqueca da Bahia é do Cantinho da Moqueca, que fica no bairro de Ilha de São João
Para quem não gosta de peixe, vá ao Rei do Pirão e coma um purê de aipim com carne do sol ou carne de fumeiro.
O local com os melhores restaurantes da cidade  fica na Bahia Marina. A comida é estilo contemporânea e a vista é surreal. Sugiro: Amado, Das, Mistura, Lafayette. O preço é salgadíssimo.
Para o docinho, programe uma ida para Igreja do Bonfim, segue em direção a Ribeira e para para o por-do-sol e um sorvetinho. A sorveteria da Ribeira foi fundada em 1931 e possui mais de 60 sabores.
Reserva um dia para conhecer o Santo Antônio Além do Carmo, se abastece em uma lanchonete chamada Travessas, com o melhor hotodog do mundo e o pão delicia. Depois sobe pro largo, toma ginginho, cravinho e cai no sambão que acontece todas as sextas-feiras.
Final de tarde é hora de roska dobrada e carangueijo nas diversas carangueijarias espalhadas pela cidade.

Para sair a noite:

A noite de Salvador é definitivamente no Rio Vermelho, a região mais boêmia da cidade. Foi requalificada recentemente e conta com inúmeros bares, restaurantes, pubs. O agito começa na quinta e a noite acaba na Borracharia, isso mesmo, uma borracharia que vira bar a noite.
Se quiser sambão ou algo mais alternativo vá para o Santo Antonio Além do Carmo.
Para algo mais ala gringo, é o Pelourinho.
Se puder se planejar, venha para Lavagem do Bonfim (16 de janeiro), Festa de Yemanjá (2 de fevereiro), Pré Carnaval (Furdunço, Fuzuê e Habeas Copus), Carnaval, São João ou Reveillon.

Maior Ponto Turístico:

O maior ponto turistico é o Centro Histórico. Salvador foi a primeira capital do Brasil e lá se vê como foi o Brasil Colônia. Lá fica o Elevador Lacerda, primeiro elevador urbano do mundo e funciona como meio de transporte que liga a cidade alta com a cidade baixa. Descendo o elevador você chega na Mercado Modelo, nosso centro de artesanato.

Pegue um uber ou busu (como chamamos o ônibus aqui) e vai conhecer o Memorial de Irmã Dulce. Siga em frente e chega na Igreja do Bonfim e aproveita o por-do-sol na Ribeira.
Guarde outro dia para visitar o Farol da Barra e depois dar um mergulho no Porto da Barra (melhor praia urbana, mas recomendo ir no dia de semana, preferencialmente terça ou quarta).
É imperdível, também, assistir um sessão de jazz que ocorre todos os sábados no MAM- Museu de Arte moderna. se não consegui no sábado, vá qualquer outro dia, a vista é linda, tem uma prainha de pedra e o por do sol é poético. Foi lá que a Anita gravou bola rebola.

Joia Escondida:

A joia escondida da cidade é o subúrbio ferroviária, conhecida como o Caribe soteropolitano. Salva um dia durante a semana (mais vazio) pega um uber/busu até São Tomé de Paripe, depois pega um barquinho e chega na ilha de Maré. Passar o dia lá é uma delicia, a água é cristalina. Aproveita e come no restaurante da Preta (Neymar ja comeu lá). O local fica perto de onde os presidenciaveis passam as férias. Lulinha amava. É na base naval de Inema.
Para quem não puder ir tão longe, vai no MAhi MAhi, é um restaurante com pier. Fica no bairro mais nobre da capital e os clientes podem cair no mar, com vista para a Baia de Todos os Santos.

Você não pode sair de Salvador sem provar:

Acarajé (frito) e abará (cozido), ambos podem ser acompanhados de vatapá, caruru, salada e camarão. O melhor acarajé sempre os que vendem na esquina de cada bairro.
De sobremesa peça cocada ou bolinho de estudante, também conhecido como punhetinha.

O que conhecer nas redondezas da cidade:

Morro de São Paulo e Ilha de BoiPeba que dá para ir de lancha rápida, chega em 2 horas. Vale a pena demais. Também vale muito a pena a ida com parada na Praia do Forte. Lá tem uma vila de pescador, muitos bares, restaurante e hotel de luxo e o projeto tamar, que vale a visita.
Vale a pena também: Massarandupió, onde tem uma praia de nudismo.
Baixio, para visitar a lagoa azul.
Não tão perto, tem Itacaré (249 km)
E a Chapada Diamantina (510 km)"

Que tal essas dicas maravilhosas? Impossível deixar em uma simples legenda de Instagram, não é?