Últimos dias no Peru
Esse dia tínhamos reservado pra não fazer nada da vida,
apenas nos recuperar. Foi um dia cheio de pequenos passeios, comida e um ou
outro mal estar pelo caminho.
Compramos o resto das lembrancinhas e eu comi o famoso
porquinho da índia peruano que há tempos queria provar. Foi muito caro, mas
valeu a pena! Uma delícia.
De noite até pensamos em sair, mas cada uma estava com as
suas complicações pessoais e o melhor a fazer era dormir.
Dia 13- 02/01: Vale Sagrado
Fechamos o passeio do Vale Sagrado junto com os brasileiros
do nosso hostel e logo de manhã partimos. O Vale Sagrado é chamado assim devido
à grande quantidade de diferentes tipos de milho que ali era plantado, o que
era muito valorizado antigamente e hoje o milho é muito importante para o Peru.
O passeio começa em Pisaq, uma cidadezinha com ruínas incas,
mas nada muito diferente do que estávamos vendo há dias e o passeio foi bem
rápido porque estávamos atrasados. Eu recomendo fazer esse passeio antes de
Machu Picchu pra não perder a graça. Depois fomos a uma loja de prataria onde
aprendemos como diferenciar a prata real da imitação, muito útil nas lojinhas
peruanas. Eu comprei um anel lindo com a pedra de Machu Picchu e paguei R$
40,00, barato pra ser prata e pedra.
A próxima parada era o almoço. Nós fechamos o pacote com
almoço e isso nos custou R$ 30,00 a mais. Aceitamos pagar porque segundo a
mulher da agência não se come por menos que isso no Vale e estávamos comprando
um buffet incrível. Se o buffet era incrível mesmo não dá pra saber porque
chegamos tão tarde que quase não tinha mais nada. Mesmo assim eu consegui comer
pra caramba e quase passar mal, cada um com seus talentos né. Mas a dica é não
cair nessa, os meninos que estavam com a gente não fecharam nada e pagaram uns
9 reais numa refeição também meia boca.
Ollantaytambo era o próximo local a ser visitado. O lugar é
lindo e bem no meio do Vale, de maneira que surgia um corredor de vento super
forte e gelado. As ruínas dos incas, sempre incríveis, completavam a vista
linda do lugar.
E esse vento? |
Pro nosso desespero geral o guia foi ao microfone e disse que
estávamos indo a mais uma ruína, Chinchero. Perguntamos pra ele que horas
chegaríamos em Cusco e ele respondeu tranquilamente: “Duas horas até Chinchero,
depois uma hora de visita e mais 40 minutos até Cusco… 21:40 ok?” Não, não
estava ok. Pânico!! Ficamos falando na cabeça dele que tinham nos falado que
18:30 estaríamos em Cusco e que ele tinha que dar um jeito de fazer isso
funcionar. Pra nossa sorte ele era um amor e saiu correndo com a gente pela
estrada imediatamente. Começamos a correr pela cidade escura até chegar na
rodovia. Ele parou o primeiro ônibus que passou, perguntou se ia para Cusco, quando
o motorista disse que sim, nos enfiou lá dentro. Graças a ele pegamos as
mochilas e chegamos a tempo para o ônibus.
Despedida dos novos amigos |
Dia 14- 03/01: A última cidade do Peru
Walking city tour |
Chegamos em Arequipa pela manhã meio moídas da noite do
ônibus. Meu pequeno admirador não deu mais trabalho e acabamos encontrando dois
brasileiros que estavam na mesma van do terror que a gente em Machu Picchu e
eram do interior de São Paulo. Fomos para o nosso hostel e como eles não iriam
dormir na cidade, deixaram as mochilas com a gente.
Resolvemos passear e encontramos um city tour de graça e a
pé. Nossa guia era uma fofa e a cidade uma gracinha. Pra falar a verdade quase
não vi influência inca no lugar, Arequipa parece ter sido mais influenciada
pelos espanhóis do que pela própria cultura peruana. É uma cidade tranquila e
bem organizada. É também MUITO quente, tanto que foi a primeira vez que usamos
shorts e sapatilhas na viagem.
O tour passa por igrejas, pontes, uma fabrica de tecido com
pelo de alpaca/lhama e outros pontos da cidade. A melhor parte foi a parada
final, quando entramos em um restaurante e provamos algumas bebidinhas
peruanas.
Depois fomos passear sozinhos, mas nada foi muito promissor.
Primeiro fomos ao mercado municipal. Eu amo mercados, por mim eu passaria horas
ali só olhando as coisas bizarras que eram vendidas, mas acho que o resto do
grupo não curtiu muito o lugar. Durante o
curto passeio, Bruno, um dos meninos que estavam com a gente, pegou uma
garrafa pet cheia de lagartinhos e começou a olhar bem de perto, os lagartinhos
estavam paralisados e pareciam pra decoração, mas de repente o bichinho deu um
pulo e nós tomamos o maior susto. A dona da loja não curtiu muito a cena, e, pela
cara dela e pelos fetos de lhama empalhados que ela vendia, não devia ser a
vendinha mais amigável do lugar. Partimos logo em seguida.
Por fim decidimos ir ao mirante do lugar, não achei grandes
coisas, estava meio nublado e a vista não foi das melhores, o melhor a fazer
era mesmo sentar e beber uma cervejinha.
Sentamos em um bar e provamos a cerveja da cidade e o pisco
sour que é uma bebida típica dos lados de lá. Foi bacana conhecer melhor os
meninos e rir muito das histórias de cada um tinha pra contar dessa aventura
maluca. Eles logo partiram e nós voltamos para o hostel para dormir.
O dia seguinte seria a travessia para o Chile e sabíamos que
ia ser bem puxado, mas mal sabia eu que depois da travessia é que o meu maior
perrengue me esperava.