Como Juntar Dinheiro para Viajar? Parte 01


Vou começar esse post com aquele aviso amigo: não sou especialista em absolutamente nada do que eu estou falando e muito provavelmente estou tão perdida quanto você que lê esse post. Mas o que eu vou te contar aqui é o que aconteceu comigo e o que eu aprendi com as experiências que tive quando o assunto é dinheiro para viajar. Essa é ou não é a maior curiosidade quando o assunto é viagem: de onde vem o dinheiro de quem viaja muito?

Outra coisa que precisamos entender é que a realidade de cada um é diferente. Prioridade de vida é uma coisa muito pessoal (óbvio) e o que funciona para mim pode não se encaixar na sua vida, e tá tudo bem!

E por último, mas não menos importante, estou ciente que venho de um contexto privilegiado; ainda moro com meus pais e não preciso pagar as contas da casa, mas essas dicas servem pra vida, não só pras viagens que fiz.

Mas qual o objetivo desse post então? Te inspirar, talvez? Ou talvez te dizer que é possível viajar com pouco dinheiro, sim. E que um bom planejamento é muitas vezes mais importante que um salário gordo. Ou quem sabe meu objetivo aqui seja te contar que eu também estou em constante aprendizado e que viajar é, também, aprender.

As vezes você não pode viajar por 30 dias pela Ásia, mas pode usar algo que viu aqui para conhecer uma praia brasileira que sempre quis, ou visitar aquela cachoeira massa perto de você, ou quem sabe ter um dia de turista na sua própria cidade? As possibilidades são infinitas e o mundo imenso.

Não sei muito bem se vou conseguir te ajudar, mas espero, pelo menos, te proporcionar uma boa leitura.

Então vamos lá? Ser mochileira me ensinou muita coisa, e agora divido com vocês as lições que aprendi sobre dinheiro em cada Mochilão que eu fiz:

Lição nº 01
Tudo é uma questão de prioridade



Tudo começou em 2014 quando eu recebi meu primeiro salário de estagiária. A primeira coisa que eu comprei naquele dia feliz foi uma sombrinha porque estava chovendo no dia, a segunda foi vinho pros meus pais. O que sobrou do dinheiro eu guardei na poupança. A sombrinha eu já perdi faz tempo, o vinho foi bebido no mesmo dia e o dinheiro guardado virou a minha primeira viagem independente, meu primeiríssimo mochilão.

Eu recebi o meu primeiro dinheirinho no mês de abril e decidi viajar com mais duas amigas dali a 7 meses. Apesar de não pagar as contas de casa, eu tinha as minhas próprias despesas que mal cabiam na bolsa estágio, mas eu estava decidida.

Eu cortei tudo que podia. Parei de sair, não comprava qualquer coisa que não fosse comida, levava marmitas de casa para almoçar e parei de pegar ônibus para economizar a passagem. Basicamente o que dava pra ficar sem, eu fiquei. Naquele momento a minha prioridade era viajar.

Meu destino foi Bolívia, Peru e Chile. Foram 26 dias e a viagem mais barata que já fiz até hoje. Consegui juntar um dinheirinho na raça, mas mesmo assim passei alguns dias inteiros a base de biscoito de água e sal pra não estourar o orçamento. A regra da prioridade também valia na hora de viajar: gastava o mínimo possível com hospedagem e comida para conseguir fazer todos os passeios que queria.

Hoje o salário é maior que na época de estágio, não preciso cortar tantos gastos e nem passar tanto perrengue nas viagens, mas mesmo assim ainda prefiro guardar dinheiro para viajar. Aqueles 70 reais semanais pra sair sempre, aquele sapato de 150 reais que é lindo, mas que eu não preciso, a manicure, os tratamentos de cabelo no salão, viraram mais encontros em casa, menos roupas, unhas sem esmalte e hidratações caseiras. E no fim todas essas coisas se transformaram em viagens. Dentre as coisas “não essenciais” da vida, eu ainda escolho viajar.

Lição nº 02


Se não der pra esticar a grana, o flexível tem que ser você




O segundo mochilão aconteceu 1 ano depois da América do Sul e foi uma rota muitcho loka: passei pelo México, China, Hong Kong, Tailândia e Malásia. Esse roteiro faz sentido pra você? E se eu te contar que conheci todos esses países justamente por falta de dinheiro?

Explico: a ideia inicial era fazer aquele roteirinho maroto de Tailândia, Vietnam e Camboja, mas a passagem pro sudeste asiático em Janeiro estava nada menos que 5.000 reais. Como eu ainda estava estudando e não tinha flexibilidade nenhuma de datas, ou eu mudava o destino ou tirava o escorpião do bolso.

Acontece que eu cismei que ia pra Tailândia e eu não conseguiria juntar nem um centavo a mais do que já estava ralando pra juntar. O que eu fiz? Abri o google flights e comprei a passagem mais barata para Ásia que apareceu na minha frente. O resultado foi um voo pra China com uma escala de 20 horas na Cidade do México. Deu tempo de comer vários tacos e conhecer um pouco da cidade.

Ainda faltava descobrir um jeito de chegar no sudeste asiático e descobrimos que passar por Hong Kong a caminho da Tailândia seria mais barato que um voo direto. Descobrimos também que voltar por Kuala Lumpur, na Malásia faria tudo caber no nosso bolso.

No fim das contas economizamos mil reais em passagens e ainda conhecemos lugares que nunca imaginei que conheceria. A partir daí eu aprendi a simular diversos caminhos diferentes para chegar no meu destino principal. Skyscanner e Google Flights viraram meus melhores amigos por permitirem fazer pesquisas sem destinos definidos ou com multi-destinos. Foi assim que passei pelo Marrocos e por Paris para ir para Israel e foi assim também que uma viagem para a Zâmbia virou a viagem pra Moçambique.

Ter um destino bem definido pode ser bem legal, mas ser flexível com o roteiro pode ser uma boa maneira de reduzir custos. Ainda, pra melhorar, tem a mente aberta na hora de fazer o roteiro pode te proporcionar experiências maravilhosas que você nunca imaginou que teria.

(Continua no próximo post)