Loucura em Londres
Quinta feira passada:
-Oi mamãe! Tudo bem?
-Oi Luiza, o que foi?
-Nossa, tem mais de uma semana que não nos falamos e você me trata assim?
-Anda minha filha, tô trabalhando!
-Tá! É só pra avisar que esse semana eu vou estar meio incomunicável...é que eu vou pra Londres...
-O QUE? É sério isso Luiza? Não acredito que você vai fazer uma coisa dessa! Você nunca me escuta! Você é muito sem juízo! Você...
-Oi mamãe! Tudo bem?
-Oi Luiza, o que foi?
-Nossa, tem mais de uma semana que não nos falamos e você me trata assim?
-Anda minha filha, tô trabalhando!
-Tá! É só pra avisar que esse semana eu vou estar meio incomunicável...é que eu vou pra Londres...
-O QUE? É sério isso Luiza? Não acredito que você vai fazer uma coisa dessa! Você nunca me escuta! Você é muito sem juízo! Você...
-Também te amo mommy, até segunda.
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Minha mochila inseparável e euzinha, ainda inteira |
E assim,
Na sexta feira fui com a Lú para o aeroporto e assim que chegamos lá recebemos a notícia de que todos os voos da British Airways estavam cancelados. Muito babado, confusão e gritaria depois, conseguimos um hotel mara (beijos, Hilton) e um voo para a manhã seguinte. Acordamos às 4 da manhã e partimos.
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The Houses of Parliament e Big Ben |
No domingo acordamos cedinho com a ideia de aproveitar o nosso último dia ao máximo. Saí já com a minha mochila nas costas para não precisar perder tempo voltando no hotel.
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Frio na fila |
Eu não aguentava mais
o frio nos pés e, farofeira como sempre, tirei as botas e troquei as meias, alí
mesmo, no meio de mais um tanto de turistas, mas não antes sem colocar um
plástico para me proteger das próximas poças super gelatas. Sinto muito gente,
mas tentem andar com o pé ensopado em um frio de 2 graus nagativos e vocês me
entenderão! A volta na roda gigante foi muito bacana e realmente é algo que
deve ser feito em Londres, mas nada que eu faria mais de uma vez em minha vida.
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London Eye |
Depois de uma pequena luta para ordenhar 20 librazinhas do meu cartão problemático, finalmente consegui pegar um trem para o aeroporto, mas tive a capacidade de descer no terminal errado, o problema é que o aeroporto Heathrow é gigantesco e não dava para simplesmente andar até o terminal 5, eu teria que pegar um ônibus.
Consegui chegar no terminale fiz o check in, não sei bem que anjinho da guarda que fez isso, mas acabei caindo na primeira classe e poderia aproveitar do lounge executivo da British Airways.
Eu, sempre comprando as passagens mais baratinhas, nunca tinha visto a área VIP do aeroporto e fui correndo dar uma olhada no tal Louge. Não acreditei quando vi. Era um lugar enorme com um monte de computadores, TVs, Video Games, almofadas em um canto, um bar enoooorme como todos os tipos de bebida finas que você pode imaginar em outro, uma super maquina de cafés, chás, chocolate quente e tudo mais e bem no meio um buffet super rico com saladas, massas, sandwiches, queijos, pães, bebidas e muuuuitos vinhos. Eu fiquei até meio receosa de aproveitar tudo, meio jeca da minha parte, mas não acreditava que TUDO aquilo era "de graça". Não conseguia acreditar na minha sorte e relaxei achando, ingenuamente, que os meus problemas estavam no fim, mas não foi bem assim.
Esperei um tempo ali e fui pra sala de embarque, fiquei quase uma hora esperando a chamada do voo, até que finalmente ouço a voz no microfone, mas ao invés do convite para o embarque o que ouvi foi: Boa noite senhoras e senhores, a aeronave já está em solo e os comissários estão à postos para o voo, mas não temos pilotos disponíveis para o momento e não sabemos quando teremos.
Como assim? Isso existe? Sem previsão de partida? Dei a notícia para os meus Host pais e logo veio a mensagem "acho que você terá que dormir em Copenhagen hoje, não tem mais trens para Fyn essa noite" Maaaaaravilha ein!
Fiquei revoltada! Voltei para o louge e comi/bebi tudo que podia e ainda roubei altas batatinhas e cookies, como se eu estivesse dando uma lição na fanfarrona da British Airways que me deixara na mão pela segunda vez em um mesmo fim de semana. A medida que as horas passaram a raiva se transformou em desespero, primeiro porque eu não sabia onde dormir aquela noite e segundo por ter que trabalhar bem cedo no dia seguinte e terceiro por estar tão cansada. Chorei feito um neném, sozinha, sem rumo, sem lugar para dormir, sem dinheiro, com frio e num país em que ninguém falava a minha língua.
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Derrotada |
Conversei com alguns amigos pela internet e eles me acalmaram, Daniel, meu antigo colega de sala, disse que eu poderia dormir na casa dele e eu me acalmei mais um pouco, mas me acalmei de vez quando percebi que o desespero só ia piorar a minha situação, que eu não podia fazer mais nada e que a única coisa que eu tinha pra fazer ela relaxar e esperar.
O voo finalmente saiu e eu finalmente cheguei à Copenhague, com 5 horas de atraso. Já eram 3 da manhã e como eu teria que pegar o trem às 5:30 do dia seguinte resolvi tirar um cochilo nos bancos do aeroporto mesmo.
Acordei toda amassada, lavei o rosto, peguei o trem e parti para mais um dia de trabalho, como se nada tivesse acontecido.
Acordei toda amassada, lavei o rosto, peguei o trem e parti para mais um dia de trabalho, como se nada tivesse acontecido.