O meu primeiro dia no meu primeiro emprego


Acordei as 6:30 da manhã com Birgitte batendo à porta "God morgen Luiza!". Ahhh se eu soubesse mais palavrões em dinamarquês! Parecia que eu não tinha dormido nada, parte pelo nervosismo que não me deixou dormir e parte por ainda estar completamente escuro do lado de fora (aqui o sol nasce quase as 9 da manhã), mas não dava tempo de reclamar, afinal, era o meu primeiro dia no meu novo estágio na Mac Baren.

Mac Baren Tobacco Company é uma empresa bem tradicional que produz tabaco para cachimbo, de enrolar, para mastigar e narguile (nham nham). Tem mais de 120 anos e eles são cheios dos frufrus com suas produções e tradições, mas é uma empresa de muito prestígio e respeito que exporta para o mundo todo. Eu consegui esse estágio por intermédio do Rotary e trabalho na área de exportações direcionadas para América do Sul, não me pergunte o que exatamente eu tenho que fazer porque eu ainda não descobri.

Enfim, me arrastei da cama, comi minha aveia de todos os dias e fui com meu host pai para a empresa. Chegando lá vi um monitor com a tela branca e o escrito em preto. Queria muito passar horas ali tentando decifrar o dinamarquês daquela telinha, mas tudo que consegui ler foi "A partir do dia 8 de janeiro ao dia 15 de fevereiro teremos uma nova estagiária: Luiza Padovezi do Brasil." , o resto do texto poderia muito bem estar orientando todo mundo a me zoar sem parar e imitar macacos perto de mim, mas meu pai apressadinho me puxou pra recepção e pelo jeito que a recepcionista olhou para mim ela já sabia quem eu era.

Me levaram para minha sala, eu tenho um computador, um telefone, um monte de post its, muitas canetas e uma caixa de BALAS!!
O dia começou bem lento, li algumas estatísticas, aprendi algumas coisas sobre a empresa e me adaptei com meu novo email da empresa (sim, com @mac.baren.com e tudo mais!). Depois acelerou, o coordenador da minha área, Simon me chamou pra conversar e me deu a minha primeira tarefa, e que tarefa!! Pesquisar as taxas de importação, VAT, GDP, mercado de tabaco e mais um tanto de coisa louca de casa país da América do Sul. Preciso falar que não terminei nem metade? Outra coisa que tive que fazer foi entrar em contato com os importadores para falar que eu estava ali e que eu falo espanhol (mentira pura).

Per Jensen, meu guia na fábrica
O dia passou rápido e todos foram muito atenciosos comigo. Me deram muito chá, me apresentaram a super fabrica de tabaco, conversaram sobre tudo e foram uns amorzinhos o tempo todo, o único problema foi voltar pra casa e escutar dos meus pais o quanto eu fedia a cigarro e perceber que vou ter que lavar meu cabelão todo santo dia...