Introcamp, parte 3

Sexta feira veio e segundo a Jel "A galera brochou" sem brincadeira, o pessoal andava meio escorado pelos cantos com uma cara de preguiça do inferno, eu que não tinha feito estripulia nenhuma não estava na minha completa determinação imaginem os outros! Se tivesse aula de dinamarquês estava na cara que geral ia dormir, mas por sorte fomos a uma excursão para Ahus(tem uma bolinha nesse A mas meu teclado não tem).
Jake, como sempre, um rabo, mas dessa vez, além de rabo ele estava ciumento. Um menino não podia se quer chegar perto de mim que ele já vinha no gás para me tirar de lá, principalmente se era latino. Mas descobri uma forma de afasta-lo, arte! É que fomos visitar um museu de arte moderna e ele estava visivelmente entediado, não conseguiu ver nem dois andares do lugar. Ai ele ficava "Você vai ver tudo? O Hunter conhece a cidade e ele está te chamando para andar com a gente. Ah isso é chato! Vamos? Vamos? Vamos?" Até que não aguentei: "Vaaaaaai menino! Porque você precisa de mim pra passear? Eu quero ver, se você não quer, vai!" Dai ele fez a chantagem emocional de sempre mas como sempre não funcionou.
O museu era realmente muito bom, a gente se divertiu horrores com as obras de arte, tudo muito criativo e moderno. Dava para passar um dia alí viajando, mas todos queriam fazer compras!!!
Nem comprei muito, só chocolate e um lenço muito fofo e encontrei com alguns oldies brasileiros(intercambistas que chegaram em Janeiro), é sempre legal encontrar com nosso "futuro" hahah
De volta ao camp tínhamos de ver um filme dinamarquês, o filme era realmente podre, mas o que estava legal era todo mundo com colchões no chão e travesseiros...foi bom.
No meio do filme Jake veio para meu lado:
-Amanhã é o último dia né.
-É sim
-O que vamos fazer?
-Sobre o que?
-Sobre a gente
-Não tem nada para fazer, moramos em cidades diferentes, somos intercambistas, é complicado
-Mas...
Shiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii
-Não é a melhor hora Jake, depois conversamos.
Depois do filme eu juro que queria me matar de tão ruim que era aquela porcaria, não consegui distinguir se era drama, ação ou suspense, mas na verdade me parecia um terror/comédia. Me arrependi de não ter aproveitado o clima aconchegante para dormir como boa parte fez.
Ai Jake veio para conversar comigo.
E a primeira coisa que ele disse foi:
-Quero que você seja minha namorada.
-O QUE?
Quem me conhece pelo menos um pouco sabe que eu sou toda romântica, mas ao mesmo tempo sou um paradoxo ambulante: tenho pavor de namoro! Sempre gostei da liberdade, não porque gosto de pegar todos, mas pelo simples fato de ter menos preocupação. A ideia de ter que encontrar com a mesma pessoa todo fim de semana naquele esquema "ah, e que vamos fazer hoje?", de deixar de sair só com minhas amigas, de ter compromisso com alguém que não seja eu mesma e meus amigos, ter que gastar tempo com alguém, sempre me aterrorizou. Tenho certeza de que quando achar a pessoa certa não vou me importar com isso, mas até lá só a ideia já me mata, quanto mais no MEU ANO de intercâmbio.
A partir daí comecei a dar um milhão de argumentos contra o namoro, e toda hora eu falava:
-Mas você só me conhece a quatro dias!
-Eu sei, mas isso nunca aconteceu comigo, nunca gostei tanto de alguém, não sei como você fez isso em tão pouco tempo.
Jesus, fiquei dividida entre jogar o menino longe ou dar um abraço porque ele estava realmente chateado e fofinho.
Mas tentando ser o mais delicada possível tentei explicar para ele que éramos intercambistas e não poderíamos perder tempo com isso, ainda mais tão no inicio.
Ele simplesmente levantou e foi saindo, sem falar nada.
-EEEEEii! Onde você vai?
-Dormir, você já me machucou de mais hoje.
Fui pro quarto e não conseguia para de pensar nele, não porque gostasse dele, mas odeio ver alguém chateado, principalmente comigo.
Liguei para ele porque já estava na hora de ficar no quarto.
Vocês precisavam ver a cena hilária que se desenvolveu: eu, falando inglês pelo telefone discutindo a "relação", coisa que sempre fui péssima. Por fim ele falou:
-Já entendi o que você quer e não se preocupe, amanhã, e pelo resto do intercâmbio, não vou mais falar com você.


A farofada no filme podre

Eu, Jel, May e o argentino sem vergonha que tá rendendo história até esse instante, depois conto.

A coisa mais bacana no museu.

Amei